Da parceria entre um fotógrafo com
pretensões de inventor e de um ex-presidente exilado surgiu uma das
principais manias da juventude do século XX em diante: o chiclete. O
ex-presidente mexicano Antonio Lopez de Santa Anna, radicado nos
Estados Unidos na década de 1850, sugeriu que o fotógrafo Thomas
Adams criasse um pneu feito da resina retirada da árvore do sapoti,
chamada de chicle. A goma, porém, era muito mole e o projeto deu
errado.
Mas mascar goma era um hábito
arraigado entre os homens das Américas há séculos. Na península
do Yucatán, os nativos gostavam do chicle. Como Adams já tinha
visto Santa Anna mascar chicle, achou uma boa ideia usar o estoque
gigantesco de resina que sobrara das tentativas de fabricar pneus
para fazer goma. Amoleceu o chicle com água quente e sovou a massa
para amaciá-la. Vendeu em uma farmácia 200 unidades rapidamente, a
1 centavo. Adams patenteou em 1871 uma máquina para produzir
chicletes em larga escala e criou a Adams Sons & Company, que
viria a ser a maior empresa de confeitos do mundo.
Hoje, não é só o chicle a
matéria-prima da goma de mascar. O doce é feito com um derivado de
resinas e parafinas misturado com porções de açúcar ou adoçante,
xarope de glicose, corantes e aromatizantes. A partir da goma-base, a
indústria de confeitos desenvolve os mais diversos tipos, formas e
sabores de goma de mascar.
O Brasil é o terceiro maior país
produtor de goma de mascar no mundo, com 57 mil toneladas ao ano. O
maior produtor é os Estados Unidos, com 224 mil toneladas ao ano,
seguido pela China, com 148 mil toneladas, segundo a empresa Cadbury,
que adquiriu a Adams em 2003.