O
ciclo das festas juninas giram em torno de três datas principais: 13
de junho, festa de Santo Antônio; 24 de junho, São João e 29 de
junho, São Pedro. Durante este período, o país fica praticamente
tomado por festas. De norte a sul do Brasil comemoram-se os santos
juninos, com fogueiras e comidas típicas.
É
interessante notar que não apenas o dia, propriamente dito, mas todo
o mês, é considerado como tempo consagrado a estes santos na região
e, principalmente, as vésperas , que é quando se realizam os
sortilégios e simpatias, a parte mágica da festa típica do
catolicismo popular. Inúmeras adivinhações a respeito dos amores e
do futuro (com quem se vai casar, se é amado ou amada, quantos
filhos se vai ter, se vai morrer jovem ou ganhar dinheiro etc.)
quase todas feitas nas vésperas do dia dos santos, em geral de madrugada. A
primeira das festas do ciclo junino é a de Santo Antônio. A véspera
deste dia, significativamente, foi escolhida oficialmente como Dia
dos Namorados, no Brasil. O “São João” (modo pelo qual se
referem os nordestinos ao ciclo de festas do mês de junho),
principalmente, adquire tal importância na vida social nordestina
que não apenas é fonte de preocupação durante todo o ano (quando
se poupa dinheiro a ser investido na participação na festa ou se
organizam eventos a serem apresentados nela), como ainda move
interesses políticos e econômicos que poucas vezes se imagina. De
acordo com as informações dos jornais, televisões e rádios, de
todo o Brasil, a festa de São João esvazia o Plenário do
Congresso, em Brasília. Para se ter uma ideia da importância do São
João nordestino, basta saber que em 1993 promessas de cargos e de
não cortar algumas emendas de deputados durante a reprogramação
orçamentária não foram suficientes para ajudar a aprovar o IPMF e
o governo só conseguiu a participação geral no plenário no dia 22
de junho de 1993 porque prometeu a cada um dos deputados nordestinos
que eles teriam reservas nos aviões para retornarem a seus Estados
antes das festas de São João, que começariam no dia 23 de junho à
noite. Durante todo o mês de junho, noite ou dia, os acordes das
sanfonas, dos triângulos e das zabumbas, arrastam milhares de
pessoas de todo o país ao longo das ruas, nas palhoças e palhoções
e por todo o pátio de eventos. São mais de duzentas ruas
ornamentadas com bandeirinhas e balões para o forró e o passeio das
quadrilhas.